Vejo pelo computador a nossa sala, nosso sofá, até a porta do meu quarto, coisas tão comuns a mim, mas que agora, daqui, se tornam distantes. Observo com atenção a minha mãe se mexer, gesticular, também fico atento a minha irmã, que sorri, fala comigo, e acaricia a barriga, acaricia o meu afilhado. A marcela está lá, com a mesma risada estrondosa, que chama atenção e enche o ambiente de amor.
Enxergo daqui do meu quarto de hotel, as três agasalhadas, com frio, e eu aqui de manga curta e ar condicionado ligado. Enfim, diferenças geradas pela distância. A única coisa que não muda é o amor, e junto com ele a saudade, que apertou meu peito assim que cliquei em "finalizar chamada".
Nossa, que coisa mais doída que é isso. Eu achei que já havia sentido saudade, na verdade acredito que já tenha sentido sim, mas não com essa intensidade.
Existem tantos tipos de saudade, aquela de pessoas que já faleceram e que não veremos mais, ou daquelas que estão vivas, mas, que também não veremos. Ou simplesmente essa saudade, a que dependemos do tempo para estar perto.
Confesso que irei dormir hoje com o coração um pouquinho mais apertado. É incrível ver elas, mas é impossível não querer um abraço apertado, um carinho de mãe, o beijo da minha irmã e aquele colo de amiga. Concluo o texto cheio de lágrimas nos olhos, mas consciente, que só se sente saudade de quem é realmente importante e crucial nas nossas vidas.
Amo vocês.