f Adeus, verde.: junho 2015

17 de jun. de 2015

Reclamando da felicidade


Tenho uma família completa, cheia de amor e de problemas pequenos que vem e que vão, que se dissolvem com o tempo. Também sou rodeado de amigos, daqueles bons, que irão sair de seus colchões confortáveis para ir correndo ao meu encontro, independente de hora ou ocasião, eles sempre estão por ali. Trabalho um bocado, e ganho minha grana com isso.
Uma cama confortável, roupas boas e escolhidas por mim no armário, geladeira com coisas que gosto de comer, uma saúde ok, energia e entusiasmo de sobra.

Espera aí, to reclamando de que então?

Reclamamos por reclamar, por puro hábito de ter o que se queixar.
Sentimos necessidade de falar que não aguentamos mais o frio, que o calor está insuportável, que fulano atrasou e fez você esperar. Que você perdeu o ônibus ou que o motorista não é educado. Que preferia o de uva, mas só tem laranja. Que isso e que aquilo...

Ah para!
A verdade é que usamos esse bando de lamúrias para esconder que somos completamente felizes.
Como se fosse feio estar "100porcento". Aquela velha história que felicidade tem que ser vivida em voz baixa, que não deve ser gritada. Vivemos cochichando nossas conquistas, os nossos projetos e sonhos, já os nossos percalços e mau tempo, falamos em voz alta, pra quem quiser escutar.
Quando alguém pergunta "tudo bem?" e a resposta é "tudo ótimo!" chega a soar estranho, uma pontinha de arrogância ou algo forçado. Pois estamos acostumados a ouvir "tudo bem sim" ou "tudo indo" ou qualquer outra frase sem impacto e entusiasmo nenhum,

Então se me perguntarem "tudo bem?"
Tudo ótimo, tudo maravilhoso.

Sou feliz vivendo minha vida exatamente como ela é, e isso não quer dizer que não quero mais, que não tenho ambição, pelo contrário, minhas ambições e desejos são infinitos, passaria a noite aqui escrevendo tudo que quero conquistar e/ou comprar. A questão é que estou sossegado com que conquistei até agora.
Os amigos, a família maluca, as cervejas no fim da tarde, o jantar gostoso que posso pagar graças ao trabalho que faço durante a semana, enfim, com tudo que compõe a minha história, até mesmo com esses falsos problemas que crio somente pra agitar minha pacata vida.

11 de jun. de 2015

Dia dos (ex)namorados


Quando organizei uma viagem surpresa, com direito a jantar e lareira.
Eu estava apaixonado.

Quando mexi no seu celular assim que adormeceu.

Eu estava apaixonado.

No café da manhã que eu fiz só pra gente brindar ao nosso amor.

Eu estava perdidamente apaixonado.

Quando usei uma tesoura pra cortar a blusa que você havia esquecido lá em casa, depois de mais uma briga.

Eu estava apaixonado.

Quando deixei recado, bombom, carinho.

Eu estava apaixonado.

Invadi teu espaço, tua casa, tua liberdade.

Acredite, eu estava apaixonado.

Quando peguei uma fila apenas pra recarregar seu celular.

Eu estava apaixonado.

Depois de apagar metade dos teus contatos.

Eu continuava apaixonado.

Sempre levei muito a sério estar apaixonado. E junto com a paixão vem o total desequilíbrio, coisa que também levei muito a sério.
Hoje, longe de todos vocês, que me enlouqueceram de amor e ódio, percebo o quanto consigo ser feliz e completo nesse próximo dia 12 de junho. Jantando com meus amigos.

Feliz dia dos (ex) namorados.