f Adeus, verde.: Longe de casa, 2° Noite

9 de jan. de 2015

Longe de casa, 2° Noite



Observo-me sentado em cima de um colchão inflável, com um notebook recém comprado sobre o sofá, também novo. Ouço agora apenas o barulho do ventilador de teto, que refresca um pouco mais essa noite, esse apartamento. No meu lado direito (e do notebook também) repousa meu livro, onde procurei abrigo durante algumas horas da tarde. “Dupla Falta”, o título.

Percebo-me sozinho. Dentro desse espaço, que agora chamo de meu apartamento.
Totalmente sozinho. E logo, reparo, o quanto estou tranquilo.

Paredes brancas, sofá preto, duas cadeiras de madeira acompanhadas de uma mesa, um guarda-roupa (onde escondo as minhas duas malas ainda não desfeitas), a cozinha pequena, um banheiro todo branquinho... E eu. Apenas eu.

Se esses dias não forem algo parecido com “se auto conhecer”, eu não sei mais...

Estou comigo dia todo, do abrir dos olhos, ao fechar e abrir de novo por conta de algum pesadelo. Nunca estive tão integralmente comigo. E acho maravilhoso, não só pelo fato de ainda não ter lavado a louça do almoço (não se preocupem, vou lavar), mas algo muito mais profundo que isso. Como disse, observo-me tempo todo. Converso diariamente com meus defeitos e com minhas incríveis capacidades. Converso e discuto meus planos e vontades a todo pulmão. Escuto-me cada dia mais.

Permito até mesmo interromper a escrita desse texto, para dar risada com minhas amigas do Rio Grande do Sul via redes sociais (WhatsApp). Pensando bem, nem estou tão sozinho assim.

Em cima do livro já se encontra meu celular, estou com os joelhos sobre o colchão inflável, pronto para buscar o ponto final do que escrevo, pois ainda preciso saborear a massa que preparei. De tudo, o que importa, é isso... Estou tranquilo. Livre.


Um comentário:

  1. Eita, Felipe Mendes, este meu admirável, jovem e entusiasmante colega das letrinhas digitalizadas... Quando a vida solitária buscada, ela não nos traz a solidão, mas muitos valiosos momentos de privacidade, paz e reflexão... Persista a injetar esses teus bons sonhos seguidos de paulatina realização, na tua geração, guri. Torço pela tua carreira literária juvenil, pois em você leio a linguagem dos sonhos, dificuldades e anseios próprios da juventude, caro Felipe! Se possível, poste o link do meu Blog na tua página, para que os "mais velhinhos" que a visitarem, possam ter contato com os meus textos assimmeioassimpoéticoracionais... Que o teu já consta como página recomendada no meu Blog e no meu Facebook, ok?
    P.S.: Nem esquente a cachola com a louça... Embora lavando louça e cozinhando feijão eu tenha recebido valiosas inspirações... Pena eu ter aceitado a racionalidade a permear os meus textos... Já você, que tem tudo pela frente ainda, prefira sempre os sonhos vivos à exagerada reflexão, que aí reside a tua atraente naturalidade.
    Abraços,
    Armeniz Müller.
    Um baita dium poetinha lapeano...
    Arrazoados poéticos.
    poetinhaarmeniz@gmail.com
    http://blogdopoetinhaarmeniz.blogspot.com.br

    ResponderExcluir